Os palestinos fazem coisas estrambólicas: há poucos dias a Autoridade Nacional Palestina (ANP) que governa a maior parte da Cisjordânia, recusou receber a arrecadação fiscal devida pelo governo israelense. Hoje, o Hamas, que governa toda a Faixa de Gaza, lançou mais de 200 foguetes contra Israel.
O Hamas lançou mísseis de Gaza contra Israel no início do dia 4 de maio de 2019. |
As duas medidas são, à primeira vista, passos autodestrutivos que não fazem nenhum sentido. Não aceitar o dinheiro significa que a ANP corre o risco de entrar em colapso, disparar foguetes significa que o Hamas será surrado militarmente pelas forças israelense que são, de longe, superiores.
Então, por que os líderes dessas entidades mais ou menos governamentais tomam essas medidas, ao que tudo indica, autodestrutivas? Porque elas dão resultado. Veja a lógica:
- Israel prospera em praticamente todas as áreas, da demografia à economia, da democracia à criatividade cultural.
Um sinal do sucesso de Israel: é o único país desenvolvido com uma população autóctone que está aumentando. |
- Os palestinos se sentem isolados e enfraquecidos porque os países árabes basicamente aceitaram a existência de Israel, deixando o conflito para os atores de menor importância, como o Irã, a Turquia e a esquerda global.
- Não importa o quão fracos eles estejam, os líderes da ANP e do Hamas não arredam o pé quanto ao comprometimento de eliminar o estado judeu, ou seja, eles não conseguem viver em paz ao lado de Israel.
- A população israelense, ao contrário, valoriza a normalização e principalmente desde os acordos de Oslo de 1993, tem estado pronta para pagar um preço para manter a calma.
É por isso que os palestinos jogam o jogo da covardia onde ninguém quer dar o braço a torcer, conturbando a tranquilidade em troca de dinheiro de Israel para restabelecer a calma. A Autoridade Nacional Palestina diz: nos dê o dinheiro retido para financiarmos os ataques contra israelenses ou toda a nossa estrutura vai por água abaixo, aí vocês verão o que é uma verdadeira sinuca de bico. O Hamas diz: nos dê acesso ao dinheiro que o Catar está nos enviando ou nós vamos fazer da sua vida um inferno, lançaremos uma chuva de foguetes durante o Yom HaZikaron (dia da lembrança dos soldados mortos em exercício e das vítimas de terrorismo), Dia da Independência de Israel e as semifinais do Festival Eurovisão da Canção.
A lógica palestina se resume em chantagear Israel: vocês israelenses são ricos, fortes e felizes, portanto vamos fazer das suas vidas um inferno, a menos que nos deem dinheiro e mais dinheiro. É bizarro, é doentio, mas normalmente dá certo, principalmente dado que para os órgãos de segurança israelenses manter a calma é a prioridade número 1.
De modo que é melhor apostar que essas táticas trarão o resultado desejado e que serão implementadas rotineiramente no futuro. (4 de maio de 2019)
Tópicos Relacionados: Conflito árabe-israelense e diplomacia
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