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A campanha para pintar os muçulmanos como vítimas virou uma importante indústria de fundo de quintal, com centros universitários, organizações acadêmicas e um vasto, embora repetitivo, volume de textos dedicados a mostrar que os muçulmanos sofrem uma gama de males não provocados pelas suas próprias mãos e preconceitos injustificados nas mãos do execrável mundo ocidental.
Um exemplo tipicamente banal do exposto acima é a obra de Aswad, Countering Islamophobia in North America, que diligentemente ignora as inúmeras práticas muçulmanas que estimulam sentimentos antimuçulmanos. Antropólogo de origem egípcia que lecionou na Wayne State University, Aswad menciona o ISIS três vezes, mas a Irmandade Muçulmana, Al-Qaeda, Osama bin Laden e a crise dos reféns no Irã de 1979 -1981 somente uma vez cada uma. Mais notável ainda são aqueles indivíduos, grupos e conceitos que não aparecem nem uma única vez, a saber: os líderes iranianos Khomeini e Khamene'i, al-Shabaab e a Sharia. O Talibã do Afeganistão jamais é debatido, o grupo aparece apenas uma vez em um contexto de um professor na Flórida, que supostamente chamou um estudante muçulmano de 14 anos de "Talibã cabeça de trapo". Nem um pio sobre os persistentes maus-tratos a que são submetidos judeus e cristãos em países de maioria muçulmana.
Na mesma linha, chacinas perpetradas por jihadistas em solo americano passam despreocupadamente ao largo, entre elas a de Nidal Hasan, que assassinou 13 pessoas em 2009 em Ft. Hood, Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik, o casal que assassinou 14 pessoas em 2015 em San Bernardino e Omar Mateen, que assassinou 49 pessoas em 2016 na boate Pulse, em Orlando. Outros incidentes de monta, como a jihad da Maratona de Boston em 2013, também não encontram lugar neste estudo. Altamente significativo também, o primeiro ataque ao World Trade Center em 1993, que matou 6 pessoas e feriu mais de mil, aparece não no contexto dos sofrimentos causados aos americanos, mas apenas e tão somente por ter "aumentado o preconceito e a violência contra muçulmanos americanos".
Ataques de menor vulto também não aparecem na análise de Aswad. Quando o assunto trata da forma como as mulheres são tratadas, por exemplo, ele jamais menciona poligamia ou poliginia, mutilação genital feminina, assassinatos em nome da honra, taharrush (estupro coletivo) ou as gangues eufemisticamente chamadas de aliciadores (na verdade, gangues de estupradores). O Decreto Rushdie (que proíbe o livre debate sobre o Islã), está obviamente ausente.
Aswad e sua laia não apresentam nenhuma perspectiva quanto os receios de não muçulmanos em relação ao islamismo, Islã e muçulmanos, como se fossem espontâneos atos de preconceito. Ele também deixa de mencionar porque não existe nada comparável ao medo de hindus ou budistas; ou porque, se os muçulmanos são tão mal tratados no Ocidente, continuam exigindo ir para lá (mais recentemente, os afegãos e aqueles tolos que foram para a Bielorrússia).
Juntando tudo, este livro de péssima qualidade merece cair no total esquecimento que, onde sem dúvida, lhe cairá bem. Mas, junto com seus inúmeros companheiros, poderá causar verdadeiros estragos se lecionado por colegas do naipe de el-Sayed el-Aswad.
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