Ligeiramente editado (como por exemplo a troca de "Tel Aviv" por "Jerusalém").
Benjamin Netanyahu, mesmo partindo de uma premissa correta, ou seja, a necessidade de uma reforma judicial, foi "longe demais" e no final terá que aceitar um meio-termo. Foi assim que Daniel Pipes, historiador americano e presidente do Middle East Forum, comentou à agência de notícias Adnkronos as recentes tensões entre Washington e Jerusalém...
"As tensões EUA-Israel são a norma, no caso deles eu chamaria de relacionamento familiar nas relações internacionais. Este caso é incomum só porque diz respeito a uma questão interna de Israel", explica Daniel Pipes, um dos principais especialistas americanos em assuntos do Oriente Médio e autor de inúmeros artigos sobre o assunto.
Biden (esquerda) e Netanyahu. |
Segundo o historiador, "o epicentro das tensões se encontra em outro lugar", mais especificamente nas divergências quanto as relações com Jerusalém dentro do Partido Democrata. "O idoso Biden é mais amigável a Israel do que muitos democratas mais jovens, de modo que a tensão atual abre a oportunidade para que eles o pressionem a ser menos amigável", enfatizou ele.
Daniel Pipes então avalia a controvertida reforma judicial em Israel, que Netanyahu, na esteira de protestos em massa, congelou até a retomada do trabalho no Knesset em maio. "Sim, alguma reforma judicial é necessária, especialmente acabar com o processo pelo qual os juízes, de fato, nomeiam seus sucessores, mas o governo foi longe demais e rápido demais e agora precisa contemporizar", ressaltou o especialista.
"A investida Haredi (Judeus Ultraortodoxos) de impor a lei judaica no país é especialmente inquietante", conclui Daniel Pipes. "Prevejo que um acordo será alcançado e que esta crise será um pouco mais que uma lembrança ruim no final de 2023."
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