Até um passado próximo, Zakariya Zubeidi, comandante das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa em Jenin, era um dos líderes terroristas que lutavam contra Israel, mas já não o é mais. Em uma entrevista para o jornal Ha'aretz, ele fala sobre sua nova e apática vida pós-terrorista, culpa muito do seu problema na morte de Iasser Arafat e à subsequente falta de liderança:
 Zakariya Zubeidi, ex-comandante das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa em Jenin. |
Está na cara, pelo menos para mim, que não temos condições de derrotar Israel. Meu objetivo era que nós, por meio da "resistência" (isto é, terrorismo), passássemos uma mensagem ao mundo. Na época de Abu Ammar (outro pseudônimo de Iasser Arafat), tínhamos um plano, havia uma estratégia e obedecíamos suas ordens...
Demos com os burros n'água, fragorosamente, na intifada (do ano 2000). Não tivemos nenhum benefício, nada da positivo. Não conseguimos nada. Foi um fracasso arrasador. Nos demos mal no plano político, não conseguimos traduzir as ações militares em conquistas políticas... Fomos derrotados. As rusgas e divisões políticas nos destruíram não só politicamente, elas destruíram nossa identidade nacional. Hoje não há identidade palestina...
Até Gamal Abdel Nasser admitiu a derrota (em 1967), então por que eu não posso admitir também?... Estamos marchando em direção do nada, em direção à ruína total. O povo palestino está acabado. Derrocado... Cansei. Quando se perde, fazer o quê? Nós, os ativistas, pagamos muito caro. Perdemos familiares, amigos. Eles demoliram nossas casas e não temos como ganhar a vida. E qual é o resultado? Zero. Simplesmente zero. E quando o resultado é este, não há como querer fazer parte de mais disto.
Comentários: (1) Zubeidi está articulando exatamente o tipo de derrota que eu conclamo Israel a infligir aos palestinos, fazê-los jogar a toalha, se desesperarem, se afastarem do empenho de eliminar o estado judeu. (2) O desespero de Zubeidi parece resultar mais da incompetência palestina do que da competência israelense. (14 de abril de 2008)
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