O dia 24 de janeiro do corrente ano marca o 25º aniversário da fundação do Middle East Forum. Aproveito a oportunidade para revisar, com toda franqueza, a nossa capacidade de influenciar a política dos EUA ao longo de um quarto de século e avaliar onde estamos no momento atual.
Abrimos as nossas portas no início de 1994 com o Middle East Quarterly com o slogan "promoção dos interesses americanos", sendo essa a nossa principal atividade. Foi difícil chamar a atenção e conseguir apoio financeiro para a nova organização. As coisas pareciam estar indo de vento em popa para os Estados Unidos, êxito na Guerra do Kuwait, colapso soviético e os Acordos de Oslo, convencer o governo Clinton de que o Oriente Médio permanecia um caldeirão de perigos provou ser uma batalha morro acima, íngreme demais para o MEF escalar. De modo que foi uma batalha naqueles primeiros anos. A abertura do MEForum.org em 2000, no entanto, nos preparou para a turbulência que despertaria no horizonte.
Os atentados de 11 de Setembro e a guerra do Iraque acordaram os americanos, de uma hora para outra, para as ameaças islamistas e também as do Oriente Médio, lançando nossos temas para o centro da atenção dos Estados Unidos e do mundo , conferindo a nós a oportunidade de apresentarmos a nossa missão e assegurarmos uma ajuda financeira mais estável.
Durante os anos da administração George W. Bush, apesar do sucesso do MEF perante o público e dos inúmeros amigos em altos cargos do governo, ainda não tínhamos condições de alegar que gerávamos algum impacto. Lamentavelmente esses amigos lidavam mal com a ameaça islamista ("guerra ao terror", que tal?), a guerra do Iraque, Erdoğan da Turquia, a diplomacia palestino-israelense e a defesa da democracia. Na realidade, o MEF perdeu mais amigos nesses anos do que influenciou a política. O nosso consolo foi lançar quatro iniciativas: Campus Watch (2002), Islamist Watch (2006), Legal Project (2007) e o Middle East Forum Education Fund (2007), que agora dá suporte financeiro a 80 indivíduos e organizações afins.
O MEF conviveu com quatro presidentes dos EUA. |
Nos anos da administração Obama ninguém do governo nos consultou sobre as sandices como: fazer pouco caso do Movimento Verde do Irã, apoiar a derrubada de Mubarak, derrubar Kadafi, não levar em consideração o ISIS, voltar atrás no tocante à linha vermelha na Síria ou a assinatura do acordo nuclear com o Irã. No entanto, usamos esses anos complicados para estabelecer uma cabeça de ponte na capital imperial com o Washington Project (2009), estabelecer a presença no Facebook e no Twitter (2009), encabeçar a primeira das cinco viagens internacionais (2012) e estabelecer o programa Ginsburg / Ingerman Writing Fellows (2014) e o Young Adult Division (2016).
Apesar de estar com o pé atrás em relação a Donald Trump, o MEF tem o mais alto acesso e influência na sua administração. Nossa voz é ouvida em se tratando de questões como a imigração muçulmana, ameaça islamista, corte de fundos para os palestinos, relações com o Catar e a saída do acordo nuclear com o Irã.
O Projeto Vitória de Israel (2017) que conta com uma equipe de seis pessoas em Washington e Jerusalém, trabalha para uma mudança de paradigma no que tange a apaziguar os palestinos em favor da sua derrota. O Counter Islamist Grid (2018) é formado por uma rede de pesquisadores/escritores/ativistas nos Estados Unidos. Os colaboradores do MEF planejam em breve criar um 501(c)4 (organização sem fins lucrativos de defesa do bem-estar social) que, independentemente da nossa organização, influenciará o Congresso em questões de interesse mútuo.
Além disso, o MEF Legacy Society oferece um meio dos doadores deixarem legados para o Forum, vale dizer que o 100ºnúmero do Middle East Quarterly foi publicado recentemente.
Duas conclusões: primeira, nossa história confirma o ditado segundo o qual "sucesso é a capacidade de passar de um fracasso a outro sem perda de entusiasmo". Segunda, de maneira pessimista eu acredito que daqui a 25 anos o Oriente Médio continuará a ser uma enorme provedora de problemas mas, de maneira otimista, imagino que o Forum promova cada vez com mais propriedade os interesses americanos.
Daniel Pipes (DanielPipes.org, @DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum. © 2019. Todos os direitos reservados.
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