Não é nenhuma coincidência de que a decisão do presidente Trump de restringir totalmente a entrada de cidadãos de 12 países, entre eles seis de maioria muçulmana, e de rever as práticas de triagem do Egito, tenha ocorrido imediatamente após o ataque antissemita de 1º de junho em Boulder, no Colorado.
Naquele dia, Mohamed Sabry Soliman, migrante do Egito que permaneceu no país apesar do visto estar vencido, gravou o que estava fazendo dizendo à sua família: "a jihad em nome do amor a Deus é mais querida a mim do que vocês", conforme traduzido pelo Middle East Media Research Institute. Soliman colocou um Alcorão e 18 coquetéis molotov em seu carro e, na sequência, os atirou contra pessoas que marchavam em defesa dos reféns em Gaza, ferindo 15 delas.
![]() Mohamed Sabry Soliman tirou a camisa, fingiu ser jardineiro e ameaçou os manifestantes pró-Israel com coquetéis molotov. |
Pelos meus cálculos, este foi o 23º ataque de muçulmanos contra judeus, planejado ou realizado, nos Estados Unidos desde 1977, tornando os ataques muçulmanos a fonte mais constante de violência contra judeus americanos. Esse total não leva em conta ameaças e danos materiais causados por muçulmanos, como a sucessão de ataques a sinagogas na região de Chicago e a empresas de propriedade de judeus em 2022.
Os perpetradores dessa violência toda vêm, na maioria dos casos, de sociedades de maioria muçulmana, principalmente do Oriente Médio, mas também de outros lugares, como da Mauritânia e do Cáucaso. Cerca da metade deles se encontrava ilegalmente nos Estados Unidos, entraram sem permissão ou permaneceram com o visto vencido. Os poucos que não se encaixam nessa categoria são, em sua maioria, negros americanos convertidos ao Islã. Todos do sexo masculino. Os ataques são um fenômeno urbano, sendo que 12 deles ocorreram na cidade de Nova York. Na Grande Los Angeles, ocorreram três, sendo a única, além de Nova York, a outra área urbana com mais de um caso. Os ataques ocorreram principalmente em duas ondas: nove entre 1990 e 2006 e, em seguida, 10 desde 2021.
A maioria dos ataques é motivada pela antipatia em relação a Israel. O Sr. Soliman teria gritado "Palestina livre" e "Temos que acabar com os sionistas" antes de atacar. Ele disse à polícia que "queria matar todos os sionistas e desejava que todos estivessem mortos" e
O ataque em Boulder faz parte de uma longa história de violência antissemita perpetrada por imigrantes muçulmanos
que faria tudo isso de novo, de acordo com a queixa-crime. Alguns perpetradores acreditam que "os judeus controlam o mundo", segundo relatou um refém ter ouvido do homem que o manteve cativo em uma sinagoga no Texas em 2022. Esses agressores estão tentando fazer pressão com esse fictício complô judaico, no caso do Texas, a libertar um jihadista preso nos Estados Unidos.
Esses ataques são um desafio para a polícia. Muitos perpetradores viviam discretamente como cidadãos cumpridores da lei. O Sr. Soliman, casado e pai de cinco filhos, trabalhava discretamente como contador e motorista de Uber. "Ele não estava sob nenhuma suspeita", admitiu o chefe de polícia de Boulder. "Não tivemos contato anterior com ele."
Alguma culpa por esses ataques cabe às mesquitas que, juntamente com escolas islâmicas, associações voluntárias e a mídia, disseminam uma avalanche de conteúdo antissemita, antissionista, anticristão e antiamericano. Esse veneno molda as atitudes muçulmanas e inspira uma minoria, especialmente aquela autosegregada da corrente predominante da sociedade, à violência. A demonização de Israel pela extrema-esquerda põe mais lenha na fogueira.
A negação desse padrão de violência entre muçulmanos e judeus, que já dura quase meio século, continua persistindo. As autoridades policiais se declaram publicamente perplexas, preferindo recorrer a banalidades como o comentário do chefe de polícia de Boulder no dia do ataque: "seria irresponsável da minha parte tão cedo especular sobre a motivação". Não daria para o Sr. Soliman deixar mais claro.
A comunidade judaica organizada também ignora a realidade, algo que eu já vivenciei pessoalmente e repetidamente. Em 2002, alertei a liderança da sede da Federação Judaica da Grande Seattle sobre o perigo que enfrentavam dos islamistas, que se encontravam exatamente no mesmo edifício que, quatro anos depois, um jihadista atacaria, matando uma pessoa e ferindo cinco outras. Em 2002 a minha plateia não mostrou interesse. Mesmo depois do massacre, o presidente da federação salientou: "não acreditávamos que algo assim pudesse acontecer."
Em 2004, eu escrevi que a Era de Ouro dos judeus nos Estados Unidos poderia estar chegando ao fim devido ao aumento do número de muçulmanos que os tratavam como inimigos mortais, de agressores nas ruas a membros do Congresso. Mais do que outros americanos, os judeus precisam se preocupar com quem entra nos Estados Unidos. As restrições de fronteira impostas por Donald Trump são um bom começo.
Apêndice: Ataques muçulmanos direcionados a judeus nos Estados Unidos:
![]() Hamaas Abdul Khaalis, que liderou o primeiro ataque de muçulmanos a judeus nos Estados Unidos em 1977. |
- Março de 1977, Washington, D.C.: muçulmanos negros convertidos, liderados por Hamaas Abdul Khaalis, tomaram a sede da B'nai B'rith e outros edifícios, mantiveram reféns por 40 horas, mataram dois e feriram outros três.
- Novembro de 1990, Nova York: El Sayyid Nosair, um imigrante islamista do Egito, assassinou o rabino Meir Kahane.
- Fevereiro de 1993, Nova York: Ramzi Ahmed Yusuf, um imigrante ilegal do Paquistão, primeiro explorou bairros judeus para "explodir", mas decidiu organizar o atentado ao World Trade Center porque "a maioria das pessoas que trabalham no World Trade Center são judeus". O ataque matou 7 pessoas e feriu mais de mil.
- Junho de 1993, Nova York: os conspiradores do "dia do terror" consideraram detonar bombas simultaneamente contra doze alvos judeus, mas acabaram decidindo atacar as Nações Unidas, dois túneis e outros pontos turísticos. Um integrante descreveu a carnificina que ele esperava acontecer no Diamond District, em Manhattan: "Estrondos! janelas quebradas. judeus na rua."
- Março de 1994, Nova York: Rashid Baz, imigrante palestino do Líbano, abriu fogo contra uma van que transportava meninos judeus ortodoxos pela Ponte do Brooklyn, matando Ari Halberstam.
- Julho de 1997, Nova York: a polícia frustrou a ação de Ghazi Ibrahim Abu Maizar, um imigrante palestino, horas antes dele planejar detonar uma bomba caseira em um vagão do metrô onde "havia muitos judeus".
- Julho de 1997, Nova York: Ali Hasan Abu Kamal, migrante palestino e professor de inglês, acusou o governo dos Estados Unidos de usar Israel como "instrumento" contra os palestinos e atirou em turistas no último andar do Empire State Building, matando uma pessoa e ferindo seis.
- Julho de 2002, Los Angeles: Hesham Mohamed Ali Hedayet, imigrante egípcio, atacou o balcão da El Al no aeroporto, matando duas pessoas e ferindo outras quatro.
- Agosto de 2003, Houston: Mohammed Ali Alayed, estudante saudita, quase decapitou seu antigo amigo, Ariel Selleck.
- Outubro de 2005, Los Angeles: Kevin Lamar James, um negro convertido ao islã, organizou um massacre em duas sinagogas, além de outros alvos, um celular que caiu no chão frustrou o plano.
Naveed Haq,
- Julho de 2006, Seattle: Naveed Haq, nascido nos Estados Unidos, filho de pais paquistaneses, atacou a Federação Judaica da Grande Seattle, matando uma pessoa e ferindo outras cinco.
- Maio de 2009, Nova York: quatro negros convertidos ao islamismo, liderados por James Cromitie, plantaram o que pensavam ser explosivos (mas eram explosivos fornecidos pelo FBI) perto de uma sinagoga e de um centro comunitário judaico.
- Setembro de 2011, Waltham, Massachusetts: Tamerlan Tsarnaev, um imigrante do Cáucaso famoso pelo atentado à Maratona de Boston em 2013, ao que tudo indica assassinou três judeus a facadas e quase os decapitou.
- Dezembro de 2018, Toledo, Ohio: Damon M. Joseph, um branco convertido ao islã que defendia que "os judeus são perversos" declarou "eu desprezo totalmente os judeus", planejou atacar uma sinagoga "se empenhou em causar o maior número de baixas possível", mas foi preso antes.
- Maio de 2021, Nova York: uma gangue de cinco muçulmanos de origem imigrante chamou um judeu de "judeu sujo" e gritou "f----- Israel, nós vamos te matar", o espancaram, chutaram, usaram spray de pimenta, causando-lhe uma concussão.
- Maio de 2021, Nova York: Saadeh Masoud agrediu um judeu.
- Junho de 2021, Nova York: Saadeh Masoud agrediu um judeu.
- Janeiro de 2022, Colleyville, Texas: Malik Faisal Akram, um britânico de origem paquistanesa, fez quatro reféns em uma sinagoga, se esgoelou de tanto gritar "os judeus controlam o mundo" e foi morto.
- Abril de 2022, Nova York: Saadeh Masoud agrediu um judeu.
- Novembro de 2023, Thousand Oaks, Califórnia: Loay Alnaji, um imigrante da Jordânia e professor de ciência da computação, agrediu Paul Kessler com um megafone durante manifestações de rua, fazendo com que Kessler caísse e morresse devido aos ferimentos que atingiram a cabeça.
- Outubro de 2024, Nova York: Muhammad Shahzeb Khan, um migrante ilegal do Paquistão, planejou um ataque a tiros contra uma multidão de judeus um ano após o massacre de 7 de outubro em Israel, na esperança de "atingir facilmente muitos judeus", organizou "o maior ataque contra os Estados Unidos desde o 11 de setembro".
- Outubro de 2024, Chicago: Sidi Mohamed Abdallahi, um migrante ilegal da Mauritânia, gritou "Allahu Akbar" e atacou um homem facilmente identificável como judeu ortodoxo.
- Junho de 2025, Boulder, Colorado: Mohamed Sabry Soliman, um egípcio, entoou aos berros palavras de ordem antissemitas contra pacíficos manifestantes e lançou dispositivos incendiários contra eles, ferindo quinze pessoas. Mais ataques direcionados de muçulmanos contra judeus nos Estados Unidos, conforme me foram comunicados após a publicação deste artigo:
- Setembro de 2024, Nova York: Muhammad Shahzeb Khan foi preso no Canadá por fazer "ameaças à comunidade judaica" nos Estados Unidos.
Adendo de 9 de junho de 2025:
(1) Observe a ausência do 11 de setembro na lista acima.
(2) Meu artigo refuta implicitamente a declaração do Comitê Judaico Americano sobre o temor de que a ordem de Trump "impedirá aqueles que precisam realmente de refúgio de entrar nos Estados Unidos"."
Atualização de 10 de junho de 2025:
o senador egípcio Abdel Moneim Saeed afirma que "anos atrás" Cairo informou Washington que Soliman era membro da Irmandade Muçulmana.