Ironicamente, os mesmos islamistas que espezinham e atacam infiéis também procuram a sua aprovação, conforme evidenciado pelas listas por eles compiladas de ilustres não muçulmanos, em sua maioria cidadãos do Ocidente, que tecem elogios a Maomé, ao islã e aos muçulmanos. O enfoque extremamente positivo de conceituadas figuras como Gandhi, Gibbon, Goethe, Napoleon, George Bernard Shaw, Toynbee e H.G. Wells são motivo especial de orgulho.
Dito isto, imaginem a minha surpresa ao saber que Siraj Wahhaj, fundador e imã da mesquita Al-Taqwa do Brooklyn, me incluiu na lista. Ele é uma importante personalidade da liderança do Islã americano. Em junho de 1991, por exemplo, ele foi agraciado com a honraria de proferir o primeiro serviço religioso na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Numa condição menos salutar, em 1995 ele foi incluído numa lista de pessoas "não indiciadas, mas passíveis de terem conluiado numa conspiração" para explodir monumentos na cidade de Nova Iorque.
Wahhaj proferiu a palestra: "Muçulmanos nos Estados Unidos: Realidade e Futuro", patrocinada pelo governo da Turquia, em 7 de dezembro de 2018, no Diyanet Center of America, nos arredores de Washington, D.C. Durante 3½ minutos, (para acessar parte da transcrição do vídeo, clique aqui), ele lê uma passagem do meu livro Militant Islam Reaches America (New York: W.W. Norton, 2003, p. 4) que documenta o sucesso dos muçulmanos nos seis primeiros séculos do Islã.
Ele desafiou o público a adivinhar o nome do autor. Disseram David Hirst (em parte de forma incompreensível) e G.B. Shaw. Wahhaj então ofereceu mil dólares do próprio bolso para quem acertasse o nome do autor. Outra resposta errada, desta vez Martin Luther King, Jr., aí então ele revelou o nome do misterioso autor, no caso eu:
quando eu lhes disser de quem se trata, sugiro que vocês pesquisem no Google e vejam quem é esse homem. O nome dele é Daniel Pipes. Quem souber alguma coisa sobre Daniel Pipes certamente saberá que ele é um crítico ao Islã e aos muçulmanos. Ainda assim ele reconheceu o impressionante sucesso dos muçulmanos.
Comentários:
(1) Poxa. Se eu tivesse ido à palestra, teria embolsado uma graninha fácil fácil.
(2) "Crítico ao Islã e aos muçulmanos"? Não, crítico ao islamismo e aos islamistas, conforme assinalado pela minha máxima: o Islã radical é o problema, o Islã moderado é a solução.
(3) "Impressionante reconhecimento"? Não, o sucesso inicial muçulmano é um fato consumado, não tenho nenhuma pretensão de negar isso. Que mente tacanha a de Wahhaj em imaginar que eu preferiria não querer reconhecer tal fato? Na realidade, o contraste do sucesso inicial comparado ao fracasso atual é a essência do artigo citado por Wahhaj.
(4) É muito triste o fato de islamistas citarem a mim para obterem respaldo. (12 de maio de 2020)
Tópicos Relacionados: Textos autobiográficos de Daniel Pipes, Muçulmanos nos Estados Unidos, Islã Radical
Artigos Relacionados:
● Keith Ellison, Onde o Senhor Está?
● Here's what [Hussam Ayloush of] CAIR doesn't say about me - or its record